quinta-feira, 27 de abril de 2017

TV PÚBLICA DE PERNAMBUCO PODE FECHAR AS PORTAS ENQUANTO MILHÕES DE VERBAS PÚBLICITÁRIAS ESTÃO AMARRADAS PARA AS GRANDES DA MÍDIA


A lista de problemas enfrentados pela emissora pública TV Pernambuco é extensa: equipamentos obsoletos, falta de manutenção, quadro insuficiente de funcionários e processo de digitalização atrasado. 


Tudo isso por culpa de um governo que vira às costas para a transparência e democracia na comunicação pública, mas tem investido milhões em verbas publicitárias para ficar na vitrine dos grandes veículos de comunicação do estado, sem nada em troca para a população que fica sem acesso às informações relevantes como campanhas preventivas, formação da cidadania, programas culturais, e o pior, não cumpre a Lei de Acesso a Informação que é direito da população.   

A situação é ainda mais preocupante diante do prazo para digitalizar o sinal e manter a transmissão de conteúdo do canal. De acordo com o Ministério das Comunicações, o limite para desativar o modelo analógico na Região Metropolitana do Recife é julho de 2017. Até agora, o projeto não saiu do papel.

Os mais pessimistas - ou realistas - vislumbram o risco de a TV Pernambuco sair do ar, caso não cumpra o prazo de transição. 


O projeto da transição é orçado em R$ 6 milhões para a primeira etapa de adequações no sinal analógico e mais R$ 8 milhões para a digitalização.

De acordo com o vice-presidente da TV Pernambuco, Paulo Fradique, o processo de digitalização da geradora em Caruaru já foi aprovado pelo Ministério das Comunicações. "Falta a verba para fazer a licitação e comprar equipamento. É a meta principal, até porque é legal para que a gente continue respondendo pela concessão pública", ressalta. O gestor reconhece que houve "uma desaleração de investimento em todos os setores". "Estamos com perspectivas originais ainda delineadas, mas aguardando um momento para a gente fazer valer esse projeto", descreve.

Em detalhes

Recursos

 
Rede Minas e TVE da Bahia são considerados modelos eficientes de TVs públicas. O orçamento de 2015 da Rede Minas foi de R$ 22 milhões, com uma suplementação de R$ 10,5 milhões para investimentos do novo parque tecnológico da emissora. Em 2016, estão previstos mais R$ 5 milhões. Já a TVE da Bahia conta com R$ 30 milhões. Valores bem superiores ao da TV Pernambuco, que dispõe em torno de R$ 2,5 milhões por ano.

Conteúdo

 
Uma equipe terceirizada da TV Pernambuco produz conteúdo local, como os programas Pensando alto e Balaio, além de interprogramas inseridos ao longo da programação. Como ela é retransmissora da TV Brasil, também exibe atrações nacionais, como Arte do artista, e internacionais, como a novela africana Windeck.

A EPC

 
Em 2013, foi constituído um projeto de lei que desaguou na Empresa Pernambuco de Comunicação. Ela foi criada com o objetivo de recuperar a infraestrutura da TV Pernambuco e traçar uma nova linha de atuação dentro do previsto para a TV pública.


A campanha


Unidos pela TV Pública se articula sobretudo nas redes sociais. Há um formulário para os produtores enviarem conteúdo: diariode.pe/buvk.

Números

75
pessoas trabalham na TV Pernambuco, entre funcionários diretos e terceirizados.

13
pessoas fazem parte do Conselho de Administração, criado em 2013, que inclui a participação de representantes da sociedade civi.  



Por: Viver/Diario
Com informações do Diario de Pernambuco de 15/12/2015, mas o conteúdo está mais atual do que nunca.