quarta-feira, 19 de abril de 2017

ALERTA ÀS FAMÍLIAS: CHEGA AO BRASIL O "DESAFIO DA BALEIA AZUL" QUE NA VERDADE É O DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO QUE LEVA O PARTICIPANTE AO SUICÍDIO

Ao menos três estados brasileiros – Mato Grosso, Minas Gerais e Paraíba – estão investigando casos de suicídio relacionados ao "Blue Whale", ou desafio da Baleia Azul, um jogo de incentivo ao suicídio que teve origem nas redes sociais da Rússia.

Nele, as pessoas são previamente selecionadas para participar de 50 desafios, cumprindo tarefas que incluem escutar músicas depressivas, mutilar partes do corpo e, por último, tirar a própria vida.



Em entrevista ao G1, o presidente da Safernet, Thiago Tavares, diz que o jogo, inicialmente, foi um "fake news" divulgado em 2015 por um veículo de comunicação russa. "Era um 'fake news', mas existe um efeito que, sendo verdadeira ou não, a notícia gera um contágio, principalmente entre os jovens. O jogo não existia, mas com a grande repercussão da notícia, pode ter passado a existir", diz.

Em Vila Rica (MT), segundo o jornal Folha de S. Paulo, uma adolescente de 16 anos cometeu suicídio na última semana (terça-feira, dia 11). A polícia informa que ela deixou duas cartas onde falava sobre as regras e a cronologia das ações a serem cumpridas e também apresentava cortes nas coxas e nos braços.

Em Pará de Minas (MG), um jovem de 19 anos morreu na última quarta, dia 12. À polícia, a mãe afirmou que o garoto também estava participando do "Baleia Azul" e que ele vinha tentando deixar o grupo, vinculado ao jogo, mas sofria uma pressão muito grande e nos últimos dias agia de forma estranha.

Na Paraíba, a Polícia Militar abriu na terça, dia 11, uma investigação para apurar a participação de estudantes de João Pessoa no jogo. As denúncias são de que alunos estariam participando do grupo e já teriam realizados "tarefas" de automutilação.
Vale lembrar que o desafio da "Baleia Azul" é também um caso de polícia. Instigar uma pessoa ao suicídio é crime, portanto, se souber de grupos incentivando o jogo, denuncie.


Se estiver precisando de ajuda ou souber de alguém que esteja, o CVV (Centro de Valorização da Vida) presta atendimento por meio do telefone 141. Também é possível entrar em contato via internet, e-mail, chat e Skype 24 horas por dia.
A psicóloga Camila Reis lista uma série de comportamentos suicidas e como ajudar essas pessoas. Segue abaixo uma lista de como identificar um comportamento suicida e lidar com o tema:

1. Observe os padrões comportamentais da pessoa

Entre as pessoas que se matam, há uma forte presença de um sofrimento profundo. Além disso, é comum vê-las remoendo pensamentos de forma obsessiva, sem conseguirem parar de fazê-lo. A vida para elas não tem sentido, se sentem sem esperança e incapazes de mudar a sua condição, por isso não encontram outro modo para se livrar desse sofrimento.

É comum ver pessoas depressivas e suicidas sem energia para realizar tarefas básicas. Se você notar que uma pessoa está com falta de energia e fica o dia inteiro na cama, com dificuldades para tomar decisões que antes resolvia normalmente e perda de interesse em atividades que antes lhe eram prazerosas, essa pessoa está precisando de ajuda. Tente ouvi-la, conversar em um tom acolhedor e suave e procure uma ajuda profissional. A acompanhe e mostre o quanto você está ao lado dela. Leia o artigo “10 frases que só atrapalham pessoas com doenças psicológicas”.

2. Reconheça as drásticas mudanças de humor

Todos têm mudanças de humor durante o dia e isso é natural. Em alguns momentos, você pode se sentir ótimo e vem uma notícia ruim ou um feedback negativo e a partir daí você muda de humor: fica triste ou, ainda, se achar que foi injusto, fica com raiva.

Entretanto, algumas pessoas sofrem alterações de humor extremas. Elas podem se sentir com um enorme vazio e tristeza. Pode ocorrer também um forte sentimento de raiva ou vingança, irritabilidade exagerada, intenso sentimento de culpa ou vergonha, como também sentem-se sozinhas, mesmo estando com outras pessoas. Pessoas que têm transtorno Bipolar ou borderline apresentam sentimentos extremos e podem agir de forma impulsiva. Fique atento a essas mudanças repentinas e exageradas. Se acredita que alguém corre risco imediato, ligue para a emergência (disque 190).

3. Dê ouvidos aos alarmes e avisos verbais

A dor é tão profunda e o sofrimento tão sufocador que parece que não há outra saída. Em um ato de desespero e pedido de ajuda, a pessoa que está pensando em tirar a sua própria vida grita por socorro. Ela geralmente fala: “não aguento mais”, “quero sumir”, “quero morrer”, “minha vida não vale a pena”, “não aguento essa dor”, “você vai sentir a minha falta quando eu for”, “vocês vão ficar melhores sem mim”, “era melhor não ter nascido” e outras falas que têm o sentido parecido.

Muitas pessoas não dão ouvidos a esses comentários e acham que são formas de chamar atenção. Já ouvi muito comentários como: “Quem quer se matar, se mata, não fica avisando”. Este é um dos maiores absurdos: para cada morte há entre 10 e 20 tentativas. Quem tenta se matar uma vez, pode tentar se matar de novo.

Preste atenção quando ouvir alguém falar assim. Ela pode estar querendo te dizer algo e estar com um sofrimento profundo, se sentindo limitada. Procure uma ajuda especializada.

Com informações do G1 e Folha de São Paulo