Francisco Ferraz
Tentar
combater a emoção com a razão é uma batalha perdida por antecipação. Na vida
política mais que na pessoal a emoção costuma ser mais forte que a razão. É
comum dizer-se que “ninguém consegue servir ao mesmo tempo às suas
paixões e aos seus interesses”.
Gracián usa uma expressão muito forte para ilustrar
esta regra:“Quando a paixão toma conta do pensamento, a razão vai para o
exílio. Não permita então que sua imaginação se atrele às suas paixões. A
imaginação comandada pela paixão salta à frente da realidade e torna as coisas
mais sérias, ameaçadoras e graves do que realmente são. Ela imagina não apenas
o que existe, mas também, o que pode vir a existir, passando logo para o
estágio de considerá-lo já em existência”.
Se uma questão possui uma forte referência
emocional, as tentativas de abordá-la racionalmente parecerão fracas,
irrelevantes e fora de foco. Assim sendo, argumentar racionalmente contra uma
mensagem fortemente carregada de emoção não funciona. De nada adianta opor ao
argumento emocional, montanhas de dados, estatísticas, sutilezas de raciocínio.
Emoção se combate com emoção.